Datas comemorativas não são apenas momentos para nos presentearmos, mas para celebrar, conviver e compartilhar experiências significativas. No Brasil, a partir de 1955 comemoramos o Dia das Crianças no dia 12 de outubro, mas desde 1924 já havia o estabelecimento de uma data para celebrar as crianças.
No mundo inteiro costuma-se comemorar esta data, mas em momentos e de formas distintas e de acordo com a cultura de cada país. No Canadá, por exemplo, comemora-se no dia 20 de novembro, data em que foi aprovada na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas a Declaração Universal do Direitos das Crianças, em 1959. Neste documento são pactuados 10 princípios voltados à proteção das crianças e adolescentes, bem como são delegados às famílias e representantes legais responsabilidades.
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Estes princípios são:
- À igualdade sem distinção de raça, religião ou nacionalidade
- Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental e social
- Direito a um nome e a uma nacionalidade
- Direito a alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe
- Direito a educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente
- Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade
- Direito a educação gratuita e ao lazer infantil
- Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes
- Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho
- Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos
Como profissional da área da psicologia tenho me deparado com problemáticas que trazem muitas preocupações para a nossa sociedade no que diz respeito às crianças. Pode-se pensar que, por exemplo no que tange ao desenvolvimento físico, mental e social existem ainda muitas barreiras a serem transpostas. Penso que momentos celebrativos precisam ser dispositivos para pensarmos o lugar que as crianças ocupam em nossa sociedade e o tipo de cuidado e oportunidades tem-se oferecido as mesmas.
Que tempo destinamos às crianças? Que experiências possibilitamos a elas? Que espaços existem para que elas se expressem e sejam ouvidas? Que desafios temos a transpor na nossa sociedade no sentido de possibilitar um futuro melhor para elas?
Atualmente, vem se debatendo muito sobre o fato de que "ser criança não significa ter infância". Ter infância, poder brincar, estudar e viver de maneira mais protegida das preocupações e situações do mundo adulto é algo que está cada vez mais distante da realidade de muitas crianças. E isto acaba por trazer consequências a curto, médio e longo prazo na vida das mesmas, muitas vezes, trazendo prejuízos ao seu desenvolvimento.
As lembranças e experiência da infância são capazes de deixar marcas para a vida toda. Se queremos um mundo melhor precisamos investir nas pessoas, começando pela infância. Por isso, precisamos nos ocupar uns com os outros, termos solidariedade, respeito, dar o exemplo, assim como valorizar cada momento ao lado de nossas crianças. Sem esquecer que todo o dia é dia delas.